ATAQUE À DEMOCRACIA
Depois dos ataques do primeiro-ministro português e dos altos responsáveis da maioria na Assembleia Portuguesa ao Tribunal Constitucional, é a vez de Bruxelas de se juntar ao grupo da destruição da democracia portuguesa. A Comissão Europeia e o Eurogrupo, o conjunto dos ministros das Finanças dos países euro, não se manifestaram a favor da obstrução que o Tribunal Constitucional português tem vindo a causar, au “chumbar” as medidas de austeridade, o aumento dos impostos, o despedimento dos funcionários públicos e o corte das pensões. Bruxelas não aprova a protecção, que o TC pode dar ao povo português, nem gosta dos direitos obtidos durante os mais de 30 anos de democracia. No total já foram reprovadas medidas que representavam um corte na ordem dos 4.700 milhões de euros. Bruxelas faz tudo por tudo, para salvar o seu projecto euro. Mesmo que isso signifique o fim da democracia, passando pelo ataque ao Tribunal Constitucional de um país pequeno e os seus juízes representativos. Tudo é permitido, tudo serve para manter intacto esse projecto megalómano em que um país membro paga 1% de juros e o outro 7 % para ser capaz de emprestar. Um país, como Portugal, em bancarrota, ameaça todo o sistema. O TC cria um nó impossível de desatar neste país, que só pode cumprir os seus compromissos mais básicos com o dinheiro emprestado pelos credores. E esses credores também compraram os burocratas de Bruxelas. O poder está nas mãos deles e por isso os seus lacaios atacam o TC de Portugal. Ser membro do grupo euro implica encontrarmo-nos num beco sem saída. Um eventual segundo resgate causará mais austeridade e mais pobreza, mais impostos, cortes e um défice maior. Para preparar essa nova catástrofe, os responsáveis europeus decidiram pôr fim à diplomacia e passaram ao ataque, sem medo das palavras: “ Com fogo cerrado, e balas reais, Bruxelas vai continuar até o Tribunal Constitucional perceba de uma vez, que não pode recusar as medidas propostas pele Troika Não há lugar para a democracia. No seu lugar introduz-se o “fascismo dos mercados ”. Para Portugal existe somente uma solução: fugir dessa ditadura dos mercados e dos seus burocratas e escolher a porta de saída do euro, o mais rapidamente possível.